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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Campeira e CTG, uma tradição que contagia

Ilustrativa Google

Foto: Susan Sovernigo
Por Valdecir e Susan Sovernigo
O Centro de tradições Gaúchas (CTG), existe em muitas regiões, estados e cidades Brasileiras,onde os Gaúchos emigraram para buscar novas oportunidades de vida. Com eles levaram as tradições,a cultura, onde se reúnem e se integram através da dança, da música, da poesia e da competição saudável que são os rodeios.

A competição é um dos motivos,para as pessoas e famílias de diversas regiões do Brasil se reunirem, para praticar e cultuar uma maior integração. A Campeira é o segmento dos CTGs que são responsáveis por esses eventos. Envolvem-se centenas de pessoas, viajam para locais distantes para praticar tais atividades. Normalmente as pessoas e família que se envolvem, praticam ou são oriundas do agro. E aí vem a logística, o transporte, os cavalos e bovinos, a infraestrutura para abrigar e alimentar centenas de pessoas.


Pratica-se o comércio dos apetrechos da vestimenta e demais componentes da atividade. 

Em Jataí,os organizadores, aproveitaram para realizar concomitantemente com o rodeio,exposição de máquinas e equipamentos agropecuários. Tornou-se um evento de tradição, cultura, integração e de negócios.

Num evento desta magnitude, ganha a cidade pois circulam muitas pessoas, consumindo, gastando e fazendo negócios.

Os rodeios são apêndices do agro onde geram investimentos,gastos,consumo, é uma verdadeira integração entre as pessoas, famílias, comunidade rural e urbana.
Estão de parabéns os organizadores deste evento grandioso e de sucesso realizado na cidade de Jataí.
Valdecir Sovernigo

Nematoide: a praga que contamina os diferentes solos brasileiros

Andressa C. Z. Machado
José Mauro Cunha e Castro

No atual cenário da agricultura brasileira, diversas pragas causam prejuízos imensos às lavouras de todas as culturas existentes em território nacional. Uma das principais é o nematoide, que causou, nas últimas safras, perdas de mais de 50% de produtividade em algumas culturas. Alguns fatores são determinantes para a proliferação deste problema, como a falta de cuidados na limpeza dos maquinários, a prática da monocultura e a utilização de produtos com os mesmos mecanismos de ação durante vários anos.

Atualmente, o maior problema relacionado aos nematoides está no Cerrado. Porém, nenhuma região, solo, clima ou cultura está livre da incidência desta praga. Em países vizinhos, como na Argentina e no Paraguai, também foi identificado o aumento da população de diversas espécies, assim como em locais de temperaturas mais amenas, como no do Rio Grande do Sul.

Tal cenário indica que nenhum produtor está a salvo desta praga, uma das mais comuns e impactantes da agricultura brasileira, e que causa perdas expressivas na produção agrícola. Na última safra, pesquisas realizadas pelo Instituto Agronômico do Paraná nos estados da região Sul e no Mato Grosso do Sul, identificaram que, dentre as duas mil amostras de solo coletadas, além dos nematoides mais importantes e sempre presentes, cerca de 90% apresentaram a incidência de duas espécies de nematoides ainda não conhecidas pelo produtor, mas que já estavam sendo monitoradas nas lavouras por pesquisadores da área há quatro ou cinco anos.

Na outra extremidade do País, a equipe de nematologia da Embrapa Semiárido está trabalhando no desenvolvimento de porta-enxerto resistente visando o controle do nematoide-das-galhas na goiabeira, cultura de grande relevância para a região e que vem sendo fortemente prejudicada. Os danos causados por nematoides nas culturas da aceroleira e do coqueiro também são relevantes. Por isso, além da goiabeira, a instituição também mantém pesquisas para o desenvolvimento de porta-enxerto específico para a aceroleira e para o manejo do anel-vermelho do coqueiro.

A última edição do Congresso Brasileiro de Nematologia, realizada em junho na cidade de Petrolina (PE), debateu vários assuntos relacionados ao manejo de nematoides, apresentando tendências e soluções para a redução do impacto desses agentes em importantes culturas. Um desses assuntos foi a legislação para regulamentar o uso de novos nematicidas, além de ferramentas biológicas e culturais aplicadas ao manejo de nematoides nos sistemas produtivos.

Apesar do avanço nas pesquisas desenvolvidas e dos debates promovidos pelos mais importantes órgãos agronômicos, institutos e universidades brasileiros, é importante e necessária a conscientização sobre o problema. Os produtores precisam se atentar para os sintomas e reagir com práticas de prevenção e manejo integrado dos nematoides em todo o ciclo de cultivo. Em casos mais extremos, em que a área esteja inviabilizada para a implantação de alguns cultivos, precisamos de soluções que não tenham apenas o efeito nematostático, mas que sejam nematicidas reais e que respeitem o meio ambiente, em especial o solo e a água. Só assim, vamos conseguir conviver com os nematoides, reduzindo perdas significativas na produção e na rentabilidade das atividades agrícolas do Brasil e do mundo.

Andressa C. Z. Machado é Engenheira-Agrônoma, Pós-Doutora em Nematologia e pesquisadora do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR).

José Mauro Cunha e Castro é Engenheiro-Agrônomo, Doutor em Ciência em Nematologia e pesquisador da Embrapa Semiárido.